Seis séculos de muita arte
Coleção de Pintura
COMO TUDO COMEÇOU
A história de uma coleção
A Coleção foi constituída em 2017 a partir de um conjunto disperso de obras, de origens e épocas diversas, provenientes de várias salas da administração do Banco e de agências de norte a sul do país. Foi este o ponto de partida para a constituição da Coleção de Pintura que, desde logo, se alicerçou em três objetivos: o estudo aprofundado e descritivo das obras, a disponibilização das obras ao público numa plataforma online, e sobretudo dar um sentido útil à Coleção, tornando-a parte ativa na aproximação da arte aos mais diversos públicos, através de parcerias com Museus, de norte a sul do país, continente e ilhas, com particular enfoque para as instituições situadas fora dos grandes centros urbanos.
A Coleção em números
Foram reunidas mais de uma centena de obras de pintores portugueses e estrangeiros do século XVI ao século XX, com um núcleo significativo de pintura portuguesa do século XIX.
A esta Coleção foi agregado um conjunto de 4 portulanos dos séculos XVI a XIX, obras de cartografia náutica com representações interessantes do ponto de vista geográfico e iconográfico, constituindo documentos raros da navegação Mediterrânica e Atlântica.
SOBRE AS OBRAS
Seis séculos de produção artística
Na sua diversidade cronológica, estilística e temática, as obras desta Coleção permitem retraçar momentos relevantes da História da Arte Europeia ao longo de seis séculos.
O retrato, a paisagem, a natureza morta, a narrativa, são os principais temas das obras do século XVI ao século XVIII, destacando-se autores como Quentin Metsys, Peter Brueghel, Josefa de Ayala (Josefa d’Obidos), Louise Vigée Le Brun, Joseph Vernet, Jean Baptiste Pillement.
De finais do século XIX ao início do século XX destaca-se a pintura naturalista, representada por José Malhoa, José Júlio Souza Pinto, Tomás da Anunciação, entre outros. Os novos valores plásticos que marcam o século XX até aos anos 70, as questões em torno da apreensão do espaço ou da figuração-abstração, são representados nas obras de Vieira da Silva, Eduardo Viana, João Hogan, Nikias Skapinakis, D’Assumpção, Júlio Pomar e Jorge Pinheiro. Do último terço do século XX destaca-se a pintura de Júlio Resende, Angelo de Sousa, Ricardo da Cruz-Filipe, Graça Morais, Menez, Maluda, Malangatana e Paulo Quintas.
Algumas obras são da maior importância pela sua iconografia, como a pintura seiscentista que representa a “Entrada Solene em Lisboa de Monsenhor Giorgio Cornaro”, raríssima representação de um cortejo de coches no Terreiro do Paço antes do Terramoto de 1755, com os coches e os seus ocupantes devidamente identificados. A obra foi incorporada no Museu Nacional dos Coches, integrada na exposição permanente, na sala onde se encontram coches do século XVII, idênticos aos que são representados na pintura.
A produção cartográfica
Nascidos da experiência e destinados à prática, os portulanos registaram os destinos que foram sendo descobertos e traçaram as características de uma arte de representar o mundo. São a expressão gráfica e documental da comunicação entre geografias e povos, das condições comerciais de ligação entre portos e do modo de observar o mundo a partir do mar.
Este património cultural permite-nos pontuar o contexto da produção destas “cartas de marear” e os modelos que circularam na Europa. Contamos com dois portulanos do Mediterrâneo da autoria de João Oliva, datados de 1595 e 1627 e dois do Oceano Atlântico, representando o norte e o sul, da autoria de José Fernandes Portugal e datados de 1804.
PARCERIAS DE PARTILHA DE PATRIMÓNIO
O protocolo com o Ministério da Cultura e a incorporação nos Museus
O projeto de incorporação da Coleção de Pintura nos Museus enquadra-se no protocolo estabelecido entre o novobanco e o Estado Português, através do Ministério da Cultura, assegurando-se deste modo a permanência das obras no país e a sua disponibilização ao público.
A escolha dos Museus que as acolhem orienta-se pelos parâmetros resultantes de uma reflexão conjunta. Pretende-se que as obras sejam uma mais valia no circuito expositivo, tanto pela sua expressão histórica, artística, iconográfica, como pela possibilidade de estabelecer pontes com outras narrativas e reflexões, sendo um incentivo e um impulso para novas propostas museográficas, através da possibilidade de constituição de novos núcleos. Uma das premissas destes protocolos é que as obras estejam integradas no circuito das exposições permanentes, para de modo visível estarem acessíveis a todos os públicos.
Atualmente estão incorporadas 97 OBRAS em 38 MUSEUS de 17 REGIÕES.
Museus onde pode ver as obras da Coleção de Pintura do novobanco
- Museu Nacional dos Coches [Lisboa] . “Entrada em Lisboa de Giorgio Cornaro” de autor desconhecido (século XVII)
- Museu Francisco Tavares Proença Junior [Castelo Branco] . Jan Fyt (atribuído), “Natureza morta com flores e papagaio” (século XVII)
- Museu Nacional de Arte Antiga [Lisboa] . Louise Vigée Le Brun, “Retrato de Catherine de Chatenoy, Condessa de Verdun” (século XVIII)
- Museu da Guarda [Guarda] . Cinco obras do século XX : Nikias Skapinakis, “Natureza morta XXV” (1967), João Hogan, “Sem título” (1968), José de Guimarães, “3 Fetiches” (1992), Júlio Resende, “Coladera” (1994) e Luis Pinto Coelho, “Papa morto” (finais do século XX)
- Museu Malhoa [Caldas da Rainha] . José Malhoa, “Ao cair da tarde” (1881) e “O colecionador” (1888)
- Centro de Artes de Figueiró [Figueiró dos Vinhos] . José Malhoa, “Cuidados de amor” (1905)
- Paço dos Duques [Guimarães] . Jean-Baptiste Pillement, "Paisagem com camponeses e rebanho" (século XVIII)
- Museu Municipal de Setúbal [Setúbal] . Morgado de Setúbal, “Os músicos” (1794), João Vaz, “Último ancoradouro” (cerca 1902) e Silva Porto "Barco em terra" (século XIX)
- Museu Nacional Grão Vasco [Viseu] . Jean-Baptiste Pillement, “Paisagem fluvial com pescadores” (1785) e “Paisagem com pastores e rebanho” (1785)
- Museu Municipal Carlos Reis [Torres Novas] . João Reis, “No Tejo” (1944)
- Museu Municipal de Óbidos [Óbidos] . Josefa de Ayala, “Natureza morta com cesto de folares, flores e pano bordado” (cerca 1660)
- Mudas, Museu de Arte Contemporânea da Madeira [Madeira - Calheta] . Jorge Pinheiro, “Sem título” (1969), Jorge Pinheiro, “Aquiles” (1981) e Ricardo da Cruz Filipe, “Mares” (2003)
- Museu Carlos Machado, [Açores - Ponta Delgada] . José Fernandes Portugal, dois mapas Portulanos com a representação norte e sul do Oceano Atlântico (1804) . no Núcleo de Arte Sacra (Igreja do Colégio)
- Museu de Angra do Heroísmo [Açores - Angra do Heroísmo] . José Souza Pinto, "Volta do rio" (1905) e "Chamando a barcaça" (1909)
- Museu Municipal de Faro [Faro] . "Torre de Babel", autor desconhecido da Flandres (finais do século XVII)
- Museu Regional Rainha Dona Leonor [Beja] . Josefa de Ayala, "Natureza morta com prato de queijos e flores" e "Natureza morta com cesto de cogumelos e medronhos" (cerca 1660-1670)
- Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo [Évora] . Pieter Brueghel o Jovem, "Festa de Casamento" (1620)
- Palácio de Belém [Lisboa] . Eduardo Viana, "Paisagem de Sintra" e "Paisagem algarvia" (1925), e D. Carlos de Bragança, "Marinha" (1904)
- Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva [Lisboa]. Maria Helena Vieira da Silva, "Sem título" (1947) e "Le grand navire" (1966)
- Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino [Portalegre] . Carlos Botelho, "Lisboa vista do miradouro de São Pedro de Alcântara" (1961) e uma tapeçaria "Vista de Lisboa" (1980) da Manufactura de Portalegre
- Museu Municipal do Crato [Crato] . Cinco obras do século XX : Maria Helena Vieira da Silva, “L’aube chromatique” (1969), Manuel Trindade D'Assumpção, “Solidão” (1968), Júlio Resende, “Mulher” (1981), Menez, “Sem título” (1988) e Malangatana, “Percurso Humano” (1998)
- Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso [Chaves] . Cinco obras do século XX : Maria Helena Vieira da Silva, “La musique” (1950), Júlio Pomar, “Mai 68” (1968), Jorge Pinheiro, “Sem título” (1969), Ângelo de Sousa, “Verão 83” (1983) e Paulo Quintas, “Abstrato 2” (2003)
- Museu do Neo-Realismo [Vila Franca de Xira] . Júlio Pomar, “Barcos” (1953) e Mário Dionísio, “Entre o Peixe e o Touro” (1993)
- Museu de Aveiro / Santa Joana [Aveiro] . Adriaen Van der Salm, “Marinha”, último terço do século XVII
- Museu de Lamego [Lamego] . Claude-Joseph Vernet (atribuído), "Vista de Spoleto" (1753)
- Museu dos Biscainhos [Braga] . William James (atribuído), "Celebração da união de Veneza e do mar no dia da Ascensão" (cerca 1755-1760)
- Museu de Leiria [Leiria] . David Teniers, o Jovem (atribuído), "Festa na aldeia" (cerca 1640-1650)
- ATALAIA - Galeria de Arte de Ourique [Ourique] . Günther Förg, "Sem título" (2000), conjunto de 6 obras
- Museu Municipal Prof. Álvaro Viana de Lemos [Lousã] . Graça Morais, "Perdiz Morta" (1982), "Perdiz Morta" (1982) e "Perdiz" (1983),Manuel Amado, "Janela com grades" (1990), Luís Noronha da Costa, "Vultos"
- Museu de Artes Decorativas [Viana do Castelo] . Frederico Ayres "Minho. Dia triste" (1925)
- Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes [Mirandela] . Nikias Skapinakis "Paysage de la Vallée des Rois VII" (1979) e "Paysage de la Vallée des Rois XVII" (1981), Maria de Lurdes Ribeiro (Maluda) "Lisboa XXXII, Rua do Ouro" (1986), Luís Noronha da Costa "Vulto na praia" e "Velas"
- Museu Municipal de Olhão [Olhão] . Thomas Buttersworth "Hibernia. Entrada no Tejo" e "Veleiro no Tejo"
- Museu Arqueológico e Etnográfico de Barrancos [Barrancos] . Francisco Relógio "Sem Título" (1976), Júlio Resende "Sem Título" (1981), Manuel Amado "Janela aberta II" (1989), Noronha da Costa "Sem Título" e Roberto Chichorro "Sem Título" (1985)
- Galeria Municipal de Arte de Barcelos [Barcelos] . Paulo Vilas Boas "Sinfonia Azul Porto" (1985)
- Núcleo de Arte Contemporânea de Reguengos de Monsaraz [Reguengos de Monsaraz] . Graça Morais "Transgressão" (1987), Rui Sanches "Sem Título" (2004), Luís Noronha da Costa "Sem título" (s.d.), "Paisagem (Vista de Sintra ?)" (s.d.), Manuel Amado "Janela quadrada" (1989), José Pedro Croft "Sem título" (1996), "Sem título" (1996), "Estudo" (2003), Lucio Muñoz "Cuadrado Tabla 27-94" (1994), Cuadrado Tabla 28-95"(1995)
- Museu da Cidade da Covilhã [Covilhã] . Eduardo Malta "Grandeza do meu pequeno grande manequim" (1950), Vieira da Silva "Composition" (1970), Arpad-Szenes "Sem título" (1982), Júlio Resende "Pássaros" (1983) e Malangatana "Sem título" (2001)
- Museu Nacional de Machado de Castro [Coimbra] . "Os financeiros", autor desconhecido da Flandes (3º quartel séc. XVI)
- Museu da Comunidade da Concelhia da Batalha [Batalha] . atrib. Francesco Zucarelli "Paisagem com camponeses" (séc. XVIII), atrib. Francesco Zucarelli "Paisagem com camponeses" (séc. XVIII), Jean Baptiste Pillement "Paisagem com cascata, pastores e rebanhos" (séc. XVIII)