Seis séculos de muita arte
1752-1809 Portugal
A obra de José António de Faria e Barros, pintor de Setúbal, reflete uma produção autodidata que evolui longe dos grandes centros artísticos, sem prática de atelier em contexto de formação académica. A representação dos dois músicos transmite uma ideia de “retrato ao natural”, como se ambos estivessem a olhar para o espectador. Na realidade, a pintura foi executada a partir de modelos gravados, que permitiam ao pintor ter acesso a um universo iconográfico que assimila e conjuga com a observação pessoal da realidade. O tocador de sanfona reproduz rigorosamente uma gravura de Abraham Bloemaert. Apesar de estarmos em finais do século XVIII, a pintura do Morgado de Setúbal recorre a tipologias seiscentistas, sobretudo no retrato e natureza morta, processo bem patente nos modelos gravados que escolhe.
| Óleo sobre tela, 83 x 83 cm
| SETÚBAL. Museu de Setúbal – Convento de Jesus