Seis séculos de muita arte
1908-1992 Portugal
Em 1947, após sete anos de exílio no Brasil em consequência da guerra na Europa, Vieira da Silva regressa a Paris. É o início de um período de transição, particularmente criativo, absorvida pelas questões que sempre a seduziram: o espaço e a sua complexidade estrutural, a luz, e as pesquisas pictóricas em torno da abstração. Esta pintura traduz o seu interesse pelas arquiteturas e paisagens urbanas cuja volumetria é captada numa síntese entre observação do real e desconstrução dessa mesma realidade. A memória da visão urbana e de uma realidade espacial surge em planos coloridos e luminosos, ritmados pela diversidade das formas e cor, que se cruzam e encaixam umas nas outras em planos e dimensões diversos, numa teia cromática e geométrica em tons quentes, amarelos, laranjas e encarnados, oscilante entre a figuração e a abstração.
| Óleo sobre papel colado em tela, 46 x 27 cm
| LISBOA. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva