Seis séculos de muita arte
1934- Portugal
Em 1970, Cruz-Filipe utiliza pela primeira vez a tela fotossensível, ponto de partida para um trabalho de confronto entre pintura e fotografia, no modo de ver e exprimir a realidade e o imaginário. Na tela, simultaneamente suporte pictórico e fotográfico, surgem espaços e atmosferas intemporais, cenários que nos projetam para diversos planos temáticos e espaciais, como ecrãs sucessivos, articulados em imaginários múltiplos. Em "Mares (6)" desenvolve-se um diálogo de imagens que, tendo como referente a realidade, dela se afastam pela vontade do pintor / fotógrafo, que as repensa e manipula, num elaborado trabalho intelectual, criando uma cenografia de paisagem marcada pela ambiguidade técnica entre fotografia e pintura. Levanta-se assim a reflexão sobre o lugar da fotografia e o lugar da pintura e as suas inúmeras possibilidades de confronto e representação.
| Acrílico sobre impressão digital em tela, 117 x 177 cm
| FUNCHAL. MUDAS - Museu de Arte Contemporânea da Madeira