Claudiano (c. 370–404), foi um dos últimos grandes poetas da Roma Antiga e uma figura central da literatura latina tardo-imperial. Natural de Alexandria, começou por escrever em grego, mas ao mudar-se para Itália, adotou o latim com mestria, tornando-se poeta oficial da corte do imperador Honório.

A sua obra distingue-se por uma combinação de poesia política e mitológica. Claudiano compôs panegíricos em honra de figuras como Estilicão e Honório, e invectivas contra inimigos políticos como Rufino e Eutrópio. Estes textos, ricos em retórica e sátira, revelam o ambiente turbulento da corte imperial e a luta pelo poder entre o Ocidente e o Oriente romano.

Entre os seus poemas mitológicos, destaca-se De raptu Proserpinae, uma epopeia que lhe granjeou fama duradoura na Idade Média. A sua produção inclui ainda epitalâmios, epigramas e poemas elegíacos, como De sene Veronensi, que demonstram sensibilidade e engenho poético.

Apesar de criticado por alguns pela ornamentação excessiva, Claudiano é valorizado como fonte histórica e pela elegância formal da sua poesia. A sua obra marca o fim da tradição clássica e o início da transição para a literatura cristã e medieval.