Reginald Pole (1500–1558) foi um cardeal inglês, último representante da dinastia Plantageneta e figura central na resistência católica à Reforma Anglicana. Educado em Oxford, Pádua e Veneza, Pole destacou-se pela sua erudição humanista e pela proximidade com pensadores renascentistas. Recusou apoiar o divórcio de Henrique VIII, o que o levou ao exílio e à rutura com a corte inglesa.

A sua obra mais relevante, De Concilio, foi escrita durante o intervalo das sessões do Concílio de Trento, do qual foi legado papal. Neste tratado, Pole defende a necessidade de reforma interna da Igreja e a importância da autoridade conciliar, propondo uma visão equilibrada entre tradição e renovação. A obra reflete o seu pensamento teológico profundo e o seu compromisso com a unidade eclesial.

Pole foi nomeado Arcebispo da Cantuária sob o reinado de Maria Tudor, promovendo a reconciliação da Inglaterra com Roma. Apesar dos seus esforços, a sua influência foi limitada pela instabilidade política e religiosa. Morreu em 1558, poucas horas após a rainha Maria, encerrando simbolicamente a última tentativa de restauração católica na Inglaterra.